Sobre externar somente o melhor de si


A vida vai te fazer passar por constantes provações, e são esses momentos que irão moldar seu caráter. Se você vai ser alguém forte. Se vai ser confiável e leal. Se vai colecionar mais momentos felizes ou ruins. Não vou mentir, será mais difícil do que parece. E você vai falhar. Várias vezes. Mas, depois de tanto vivenciar e absorver, você vai se tornar uma pessoa extraordinária. Pelo menos terá a chance de ser.
Recentemente eu fui testado. Para ser mais exato, faz apenas um dia. E já te entrego um spoiler: eu quase perdi. Quase. E foi por pouco justamente porque eu tinha todas as armas ao meu favor para revidar a maldade a qual me incitaram. Era dessas vinganças para expor a “filhadaputagem” que te fizeram e que a gente acredita que a pessoa merece. Gastei parte do dia consumido pela raiva, especulando em meu interior em como seria fácil praticá-la. Horas mais tarde, levemente mais calmo, percebi quanto tempo perdi me deixando levar pelo sentimento. Posterguei assuntos importantes do dia pelo pequeno desaforo. Foi a hora que me dei conta do quão idiota estava sendo.
No nosso dia a dia sempre iremos nos deparar com obstáculos. Às vezes disfarçados de pessoas, às vezes de situações. Não dá pra fugir disso. E acredite: os tornaremos maiores do que realmente são. Mas é possível resolver isso, basta persistirmos no tipo de ser humano que queremos ser e trabalharmos nosso autocontrole focando nisso. E podemos ir além. Se tirarmos proveito dos infortúnios, exprimindo-os ao máximo em reflexões, nos conheceremos melhor e poderemos evitar futuros erros. Assim, faremos até mesmo dos frutos estragados um bom suco.
Empenhado intensamente em minha espiritualidade eu descobri que me livraria do mal se eu tomasse o rumo inverso a ele. Só assim conseguiria enterrá-lo de vez. Então, se durante o caminho esquecemo-nos de quem idealizamos ser, iremos nos autossabotar. Facilitaremos o trabalho de quem quer nos prejudicar. Ceder a qualquer anseio pelo prazer da vingança, o mínimo que seja, nos deixará vagando ainda mais perdidos. E são tantos os convites para nos afogarmos nesses sentimentos vazios.
Externe somente o bem. Qualquer outra coisa que coloque seus valores à prova não deve ser bem-vinda. Se de imediato parecer impossível, não aceite nada menor do que começar sendo a pessoa mais fantástica desse mundo. A melhor vingança é ser plenamente feliz, nenhum inimigo suporta isso.
Em uma última provocação o indivíduo desejou-me “boa sorte”. Ah, meu amigo, mal sabe ele que, definitivamente, me saí muito melhor do que esperava.
Do menino que, se tivesse cedido à vingança, continuaria há mais de um ano sem escrever no blog.
Eric Ventura

Um adeus aos vinte e poucos anos


Ao completar 29 anos, resolvi fazer uma lista do que deveria concluir antes de entrar na casa dos trinta. Pensei em algumas coisas, mas o primeiro item da lista era NÃO querer atingir os próprios trinta. Cada mês que se passava a contagem regressiva em minha cabeça me alertava com um “agora só falta tanto tempo”. Estava surtando ao querer resolver uma vida inteira de problemas em apenas alguns dias. Como nunca fui bom com listas, fracassei em tudo brilhantemente.
Até chegar nos tenebrosos trinta a gente passa por muitas coisas. São tantas as crises que é difícil numerá-las, mas admito que principalmente os 3 últimos anos foram os mais difíceis pra mim. Aos 27 bate aquele desespero do “ainda não tenho nada” e “o que eu fiz da minha vida até agora?”.
Contudo, acho que olhar pra trás, analisando as conquistas e a falta delas, não é pior que o medo do que vem a seguir. É aquele receio de que alcançar o que tanto estimamos ainda esteja longe de chegar. Isso se chegar. Coisas essas que são na maioria o que a sociedade nos obriga a ter como carro, casa, vida estável, sucesso no trabalho, casamento e filhos. Nos cobramos, mesmo sem perceber, a fazer tudo isso fluir. E, às vezes, nem refletimos se é isso mesmo o que queremos.
Percebi ao longo do caminho que deixei a vida no automático e fui seguindo sem pensar muito em algumas possibilidades. Deixei que o meu “eu” de trinta anos resolvesse por mim e, ele, finalmente, chegou. Arrependido? De forma alguma. Planejar o que não está sob nosso total comando é a forma perfeita para nos frustar. Na verdade, nada está sob nosso total comando, nem a busca pela felicidade, caso contrário nunca ficaríamos triste. O jeito é nos arriscar em prol de nossos objetivos e acreditar que, mesmo nos tropeços, estamos construindo a estrada que escolhemos seguir.
O tempo foi correndo, os trinta se aproximando e eu comecei a compreender melhor nosso papel nisso tudo. Não sei se pela maturidade ou por ter que aceitar o fato que seria inegável, mas completar trinta anos é algo grandioso. Talvez eu devesse ficar triste pelo tempo estar passando rápido demais, mas prefiro é ficar agradecido pelo tempo que pude aproveitar. E muito mais do que isso, ficar feliz pelas novas experiências que ainda irei desfrutar e viver. Quando completei 25, me sentia com uma força surpreendente, com asas indestrutíveis e capaz de fazer qualquer coisa. Aos trinta, não apenas sinto todas essas coisas como as estou colocando em prática. Acredito que essa é a fase das realizações, época de colher os frutos das quais sonhamos e plantamos nos vinte e poucos anos. Não de tudo, mas das coisas que priorizamos.
Provavelmente, problemas como falta de dinheiro e desastres amorosos ainda continuem, afinal, completar mais um ano de vida não muda plenamente quem nós somos. Mas pode mudar nossa forma de ver o que realmente importa. Valorizar mais as coisas simples, nossa família, os poucos amigos de verdade que ficaram. Com certeza, o que nos acompanhará por essa nova década de dúvidas, é o que queremos que vá com a gente. Nos conhecemos melhor do que nunca e sabemos onde queremos chegar.
Foram trinta anos de mais perdas do que ganhos. Os rumos que tomei foram bem diferentes do que imaginei. E não poderia ter sido melhor. Sei que muito do que fiz e do que conheci seria diferente se não tivesse passado pelo que passei. Poderia ser uma pessoa na qual não me orgulhasse, diferente de hoje. Os resultados que obtive condizem com o tipo de pessoa que sou e isso explica muita coisa. Algumas das metas não cumpridas que tracei era pra alguém que eu acreditava ser, mas só descobri depois que não era. Portanto, mesmo não tendo alcançado várias das coisas que gostaria, eu só consigo enxergar êxito no caminho que percorri e sentir esperança pelo que ainda pretendo buscar.
Ao olhar para o horizonte sem foco em algo específico, levanto o braço direito e, num chacoalhar da mão, me despeço dos meus trinta anos de existência. Digo adeus a uma vida inteira, a anos de juventude e a momentos que jamais voltarão. Ainda no balançar da despedida, pronuncio palavras que mais parecem deslizar com o sopro: isso foi só o começo.
Do menino que admite o medo de fazer um texto sobre os seus quarenta anos.
Eric Ventura

Sobre se reinventar


Para muitos, esse ano ficou conhecido como um ano nada fácil. Mesmo tendo voado rápido para mim, sou um desses que teve a mesma sensação: 2015 foi um ano bem duro. Houve lágrimas, crises emocionais e existenciais, preocupações familiares, estresse à flor da pele, brigas, desolações, expectativas frustradas, entre muitas outras coisas. Porém, uma força presente em mim nesses doze meses teve um papel fundamental para que eu triunfasse em cada momento delicado em que vivi: a esperança.
Sempre fui uma pessoa positiva, que sempre procurou uma luz no fim do túnel, mas posso dizer que nesse ano eu me superei. A fé e a crença de que tudo daria certo ou que pelo menos o resultado fosse o melhor possível, foram além do que eu estava acostumado. Entretanto, isso não aconteceu de uma hora para a outra e há uma lógica por trás disso.
Quem acompanha o Um Menino Caminha há algum tempo já deve ter percebido que o blog não se trata apenas de viagem. Na verdade, é muito mais que isso. A própria descrição da fanpage entrega o real significado: “sobre a melhor viagem que embarcamos: a nossa própria vida”. E foi viajando por aí – um hiato que deu uma relevância maior no meu dia a dia dali em diante – nessa grande jornada que aprendi uma lição valiosa e que mudaria o meu rumo para sempre: recomeçar é tão bom quanto começar.
Pense bem. Iniciar algo do zero, sem ter muita experiência sobre o assunto, é algo sofrível. Prazeroso, mas sofrível. As falhas sempre batem à porta. Realizar as tarefas com maestria exigem muito da gente e nem sempre são garantidas. Após um tempo adquirindo conhecimento e aprendendo os macetes é que sentimos a confiança de que dominamos aquilo que estamos tratando. Contudo, isso também não significa que estamos isentos de falhar. Assim, ao ter que juntar os cacos depois de uma potencial grande queda, retomar o trabalho inicial já não é tão ruim. Vamos descobrindo aos poucos que nossas pernas vão se fortalecendo enquanto caminhamos. E, havendo novas decaídas no futuro, o baque é menor e o novo recomeço é mais triunfal.
Nós temos tanto medo do incerto e da mudança que isso acaba nos cegando para os benefícios que eles nos proporcionam. A dor causada pelo fracasso realmente tem um gosto amargo, mas é através dos infortúnios que temos a chance de crescer. Não temos o controle de tudo, mas podemos fazer algo a respeito. Precisamos agir e acreditar verdadeiramente naquilo que é melhor pra gente. Caso não saia como o esperado, temos que nos reinventar conforme o resultado. O que acontecer depois disso pode ser melhor do que o planejado.
Esse ano foi duro, mas eu sou mais duro ainda. De tanto cair, descobri que sou bom o bastante para tentar novamente. Abandonei um emprego, uma profissão dos sonhos de alguém que ficou lá pra trás, no passado, para poder viver um outro velho sonho o qual sempre foi mais importe pra mim. Me dedicar à escrita de corpo e alma não é um pedido de ano novo, já é uma realidade, uma necessidade para eu ser mais feliz. E eu me devo isso.
Do menino que te deseja um "feliz recomeço novo".
Eric Ventura

Vida de viajante solteiro


Pela vida. Essa seria a minha resposta se você me perguntasse pelo que um viajante solteiro é apaixonado. Homem ou mulher, não importa. Eles são os que mais sabem aproveitar a oportunidade de se estar vivo num planeta tão belo.
Com um desejo ardente em conhecer todos os lugares do mundo, eles não pouparão esforços para conquistar tal façanha. Nada é capaz de detê-los. Sua vida está ligada no 220v. Não, na verdade sua vida está ligada numa extensão com várias saídas desta mesma voltagem, porque uma não é o suficiente pra descarregar toda a energia que corre em seu corpo.
Dinheiro não é um empecilho. Se o que tiver na carteira só é o bastante para o combustível, tudo bem, eles irão encostar o carro em qualquer canto e dormir por lá. Irão ficar a base de comida congelada o tempo que for necessário. E, cara, se de coração você ajudá-los em algo, seja no que for, você ganhará um amigo para o resto da vida. Eles serão eternamente gratos pela sua generosidade.
Todos os seus dias são como um fim de semana. Acreditam que a alegria da liberdade não pode ser esperada apenas dois dias por semana. Eles irão adorar receber uma ligação de um amigo os convidando para viajar no dia seguinte. Eles sentem prazer ao decidir algo de última hora. Mesmo que com um pouco de medo, eles sabem que quanto menor o planejamento, mais memorável será a jornada.
Viajante e solteiro na mesma frase não significa que pra eles tudo vire putaria. E, mesmo que às vezes possam estar a fim de que vire, não há o menor problema. Estão livres. Aliás, acham que errados são aqueles que fazem o mesmo enquanto namoram. Contudo, o significado do termo é muito maior pra eles do que as pessoas pensam. Está ligado à intensidade das experiências. À conexão entre as pessoas. À sintonia e a harmonia que a vida deve ter. À não precisar pedir permissão pra fazer absolutamente nada. À deixar que o vento de sua escolha o leve. E a mudar o rumo quando achar conveniente.
Para eles não há viagem ruim. Eles preferem viajar com os amigos, mas se todos estiverem namorando, não tem problema. Não duvida nenhum pouco que irá fazer novos amigos pelo caminho. Esse povo se atrai e se une de uma forma inacreditável. Se eles se hospedam em um hostel com pub então, nossa, a viagem será LE-GEN-DA-RY.
Esses viajantes solteiros sabem que esse seu estado não dura para sempre. Em algum momento irão se apaixonar. Entretanto, não é qualquer um que fará com que eles mudem de rotina. Eles só irão abandonar essa vida incrível ao encontrarem uma pessoa que seja ainda mais incrível, alguém que valha a pena seguir, juntos, para um novo destino. E, quando esse dia chegar, esses ex-solteiros se tornarão no melhor namorado ou namorada que alguém pode ter.
Do menino que adora pub em hostel.
Eric Ventura

O que está acontecendo com o mundo?


Lembro, quando criança, de ouvir uma canção que me dava paz, me sentia bem mesmo sem entender direito por não ser da minha língua nativa. Que melodia. Era possível sentir o desejo do cantor por algo maior. Talvez ela tenha sido o percursor do meu gosto por John Lennon e os Beatles. Apenas alguns anos mais tarde eu viria a entender melhor a letra de Imagine, mas o ideal eu já tinha entendido há tempos.
O que está acontecendo com o mundo? Tem tanta coisa ocorrendo que não sei nem pensar numa resposta. É o caso de Mariana em MG, os atentados em Paris, atentado no Líbano, fora outras coisas que talvez não tenha chegado até nós pela mídia. E quase tudo na mesma semana. É incrível quantas tragédias podem caber num mesmo período de tempo. Não que não acontecesse esse tipo de coisa antes, mas nos últimos anos nós temos presenciado tantas desgraças que me faz pensar sobre os danos que temos causado. Digo no plural porque todos temos uma parcela de culpa, seja sobre o meio ambiente, seja sobre as pessoas.
Acredito que vivemos numa época crítica pelo simples motivo de descobrirmos que em nosso próprio ciclo de amizade existem pessoas que contribuem, e muito, para uma sociedade do ódio. Imagino que antigamente, pela falta de uma tecnologia de acesso à informação diversificada como temos atualmente, os fatos eram escondidos com mais facilidade, deixando dessa forma o povo menos culto e mais manipulável. Era mais difícil saber o pensamento alheio. E era dito que os maiores causadores da discórdia estavam no congresso. Hoje, graças a internet, basta uma timeline de rede social pra vermos como estamos rodeados por todos os cantos pelos mesmos tipos de pessoas. E os chamamos de amigos. É tanta raiva espalhada pela maioria deles que ficamos meio confusos pelo rumo que o planeta está tomando. Desejam morte para os bandidos, morte para a presidente, morte para os homossexuais, morte para quem está fugindo da morte pela guerra de seu país de origem. Elegem quem prefere prisões à escolas. Escolhem destruir a natureza e expulsar os índios de suas terras em nome do “progresso”. Caralho, sem as pessoas não haverá progresso!
A cor da pele deveria apenas colorir o mundo com mais beleza e não ser um separador de povos. A religião deveria pregar o amor e não ser motivo de milhões de pessoas serem mortas em campos de concentração. Aliás, um religioso deveria repassar seu conhecimento para a paz e não agir por interesse próprio ou minimizar quem não tem uma mesma crença. Deveria haver igualdade nos direitos de todos os gêneros. Não deveria ser tão difícil viver em paz. Quando será que iremos aprender?
Minha solidariedade a todos os envolvidos nessas tragédias. Vocês não estão sozinhos, estamos todos juntos nessa dor. Desejo que essa seja mais uma oportunidade de nos unir e mostrar pra nós mesmos que todos estamos do mesmo lado, mesmo que alguns estejam confusos e não tenham percebido isso ainda. Pode parecer que tudo está perdido, mas, enquanto estivermos aqui, haverá esperança sim. E termino esse texto com um trecho traduzido da mesma música que citei no início e que até hoje continua me inspirando: “Você pode dizer que sou um sonhador, mas não sou o único. Tenho a esperança de que um dia você se juntará a nós. E o mundo viverá como um só”.
Do menino que acredita.
Eric Ventura

Eu não irei sentir saudades


Não, eu não irei sentir saudades de você. Eu não irei sentir saudades daquele mais alto topo onde se pode ver o mundo inteiro. Eu não irei sentir saudades do ar mais puro. Eu não irei sentir saudades de ver aquele infinito mar e lembrar o quão pequeno sou nesse mundo. Eu não irei sentir saudades do contraste mais verde que já vi na vida.
Não, eu não irei sentir saudades de me sentir um picolé mesmo nos dias de verão. Eu não irei sentir saudades de sempre receber sua recepção calorosa quando eu chegava. Eu não irei sentir saudades da sua paciência até conseguir completar uma frase correta. Eu não irei sentir saudades de correr dois quilômetros para não pagar a balada. Eu não irei sentir saudades do pôr do sol daquele terraço do quinto andar.
Não, eu não irei sentir saudades de você cantar sempre as mesmas músicas ao meu lado. Eu não irei sentir saudades de você me acompanhar nas melhores e mais absurdas oportunidades que apareciam. Eu não irei sentir saudades de você me acolher num dos momentos mais difíceis. Eu não irei sentir saudades daqueles dias inteiros invadindo as salas de cinema.
Não, eu não irei sentir saudades de você vindo em minha direção e dizendo as primeiras palavras suas pra mim. Eu não irei sentir saudades de não encontrar o restaurante e ter que jantar num fast food. Eu não irei sentir saudades de todos os motivos que te dei para você me dar um beijo. Eu não irei sentir saudades de você não querer mais me soltar depois disso.
Não, eu não irei sentir saudades de todas as pessoas daquela casa. Eu não irei sentir saudades daquele porão sujo. Eu não irei sentir saudades de ter que trabalhar tanto. Eu não irei sentir saudades do seu programa de televisão favorito. Eu não irei sentir saudades da minha loja nerd favorita. Eu não irei sentir saudades da melhor festa ruim do mundo. Eu não irei sentir saudades de dividir com você aquela comida escondida durante a madrugada. Eu não irei sentir saudades de inundar o seu apartamento.
Não, eu não irei sentir saudades de invadir um evento secreto com você. Eu não irei sentir saudades da praia mais bela. Eu não irei sentir saudades daquela terça-feira a noite. Eu não irei sentir saudades também daquele sábado quente de manhã. Eu não irei sentir saudades daquela confusão em que você me colocou. Eu não irei sentir saudades da saudade que você sentia de mim.
Não, eu não irei sentir saudades de você. Eu já sinto.
Do menino que caminha.
Eric Ventura