inspiração,
Pequeno companheiro, grandes asas
Ainda garoto, com 7 anos, ganhei meu primeiro
cão. E último até hoje. Voltava ansioso da escola para poder conhecê-lo, mal
sabia o quanto você ia aprontar com nossa família. Nos seguia toda vez que
saíamos de casa, seja correndo até não aguentar mais quando íamos de carro, ou
apé, ouvindo nossas repreensões pra você não nos acompanhar, no qual você nunca
obedecia.
Cão andarilho, que conheceu tantos lugares
caminhando sozinho por aí. Passou por tantas histórias que até desconheço,
descobrindo até filhos seus depois de grandes. Ficava admirado por ser apenas
um cachorro e se aventurar tanto assim, mostrando que não existem barreiras pra
quem realmente quer cair no mundão. Você foi minha primeira influência de
viajante e na época nem fazia ideia. Acabei aprendendo que pode ser muito duro
sair de casa pra se aventurar, mas quando a viagem ultrapassa os limites do
pensamento, não dá mais pra ficar com os pés presos no chão, a gente tem que se
deixar voar.
Esperto, acompanhava minha avó todas as vezes
até sua casa para poder ganhar um pão duro e voltava feliz da vida. Teve tantos
cães companheiros e todos se tornaram seus parceiros, independente de suas raças.
Vinham e iam, e você, é o que sempre ficava. E tantas vezes nos pregou peças
que iria nos deixar, ficando dias desaparecido, mas sempre nos enganava no
final da história, aparecendo e esbanjando mais saúde do que nós mesmos. Gostaria
que estivesse as pregando até hoje.
Tentamos te treinar, jogando objetos no mato da
frente de casa pra você correr atrás e procurar, mas nunca aprendeu a trazer de
volta. A cada jogada achada, latia e latia, mas nada de trazê-las.
Lembro de toda vez que chegávamos em casa e
você dentro da sua caixa velha de papelão na garagem, que não trocava de jeito
nenhum por uma casinha de madeira. Levantava a cabeça pra ver se tínhamos mesmo
chegado, pulava da caixa e saia correndo abanando o rabo de felicidade de nos
ver. Acho que na verdade você queria comida, isso sim.
Nos perseguia por todo lado, nos acompanhava
por quilômetros. Você me viu criança e me viu adulto. Foi um verdadeiro membro
da família. Até sobrenome nosso você tinha. Algumas vezes ainda jogo algo no
mato pra ver se você aprende a nos trazer de volta. E você continua não
trazendo, seu teimoso.
Do menino, que sente sua falta nesses dez
anos que já se passaram.
– Eric Ventura
Hahahah, amo tanto meu cachorro, mesmo destruindo alguns de meus objetos...srsrrsr. Essa de jogar e ele ir buscar também nunca aprendeu, mas aos poucos tem aprendido a sentar, dar a patinha e quando jogo a bolinha para ele, me surpreendo que ele pega com a boca.
ResponderExcluirComo a gente se apega, cuida com carinho e temos tanta alegria. E, ainda qdo nos pede comida com aquela cara de "pidão", num dá pra negar...srsrrsrr
Muito enriquecedor seu texto, parabéns!
http://escritoradrikkk.blogspot.com.br
Não tive animal de estimação até o ano passado, quando ganhamos uma coelha que não dá bola pra ninguém. Acho muito bacana essa relação dono e bicho. Gostei muito do texto! :)
ResponderExcluirwww.lilasesol.com