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Sobre a urgência em viver o hoje

quinta-feira, abril 30, 2015 Unknown 3 Comentários


Às vezes, ao meu redor, sinto como se fosse o único a sofrer em permanecer muito tempo no mesmo lugar. Vejo as pessoas confortáveis em suas cadeiras estofadas, reclamando em voz baixa sobre como certas coisas corriqueiras não lhe agradam. Se estressam com coisas com as quais não se importam. Se empenham ao máximo num trabalho em que não possuem o mínimo de interesse. Não posso acreditar que existam pessoas assim. Me pergunto como deixaram isso acontecer com elas mesmas. Ao girar a cadeira para voltar ao trabalho, com os cotovelos sobre a mesa, com os olhos fixos na tela do monitor, percebo: EU também sou uma dessas pessoas.
Surgem as análises. Perguntas e mais perguntas. Daquelas que mais precisam de uma resposta. Entre elas estão as autocríticas e pensamentos como “onde foi que eu me perdi?”. E, depois de toda a sua filosofia de vida à prova, se assusta ao se deparar com palavras como conformismo, medo e indecisão. Assim, diferente do que pensava no começo, você acaba descobrindo que realmente não é o único a sofrer em ficar no mesmo lugar, vários colegas estão na mesma situação. Únicos são aqueles que fazem algo para reparar suas frustrações.
Sempre ouço dizer sobre a geração Y, sua ânsia em viver o hoje e o seu senso de urgência em desfrutar tudo o que deseja. Acredito que nós, seres humanos, pendamos a ser assim. Nos esforçamos um ou dois dias e já nos achamos merecedores de todas as glórias. Ou que já podemos ficar esperando as recompensas. As coisas não são fáceis assim. Pior ainda se você estiver ansiando por um sonho e não estiver trabalhando nele. Apenas almejar não nos levará a lugar algum.
Depois de tanto pensar sobre não estarmos fazendo o que gostamos de verdade, nos bate a sensação de estarmos perdendo tempo. Desse modo, faço a pergunta: Se você pudesse voltar ao passado para consertar alguma coisa, você voltaria? Difícil pergunta, eu sei. Poder voltar e corrigir algumas coisas das quais não saíram como esperávamos é muito tentador. Me fiz essa pergunta seriamente há poucos anos, mesmo sendo algo inalcançável, mas precisava provar pra mim mesmo que tudo que acontece, no fim das contas, é algo bom para nós. É como deveria ser.
Iniciado a reflexão, não foi tão difícil chegar a conclusão que voltar não seria a melhor opção, mesmo que, no fundo, a vontade em poder mudar persista em existir. Mas permitir que haja uma chance em perder certas experiências vividas, algumas das quais você considera umas das melhores da sua vida, talvez fosse um erro ainda maior. Abdicá-las seria perder sua essência. Se é pra arriscar, que seja desafiando o agora, do jeito que está, valerá mais a pena do que querer fazer sumir do nada o que te incomoda.
Mais favorável do que mudar o que passou, temos o dom de mudar o presente e, consequentemente, o futuro. Deixe o passado onde ele deve ficar. O que fazer de agora em diante é o que importa, é o que vai determinar nossa vida.
Minhas pernas necessitam caminhar. Adoeço quando sinto que não estou em movimento, não poder tocar o vento com as mãos. Entre as opções que a vida me dá, eu escolho a liberdade. É isso o que me leva adiante. Seguindo nesse sentido, estou prestes a dar um novo passo. E não sei exatamente o que virá depois. E isso é tão sensacional, a sensação de que estou no controle da minha vida, mas, ao mesmo tempo, sem saber se as coisas darão certo como espero. O importante é saber que estou fazendo o que quero e que as minhas ações é que definirão o que acontecerá a seguir. E, ter fé que estou fazendo o que me faz feliz, que o hoje está sendo vivido, sinto que estou voltando ao rumo certo.
Do menino, que agora vai.
– Eric Ventura

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3 comentários:

  1. Do menino, que agora vai.
    – Eric Ventura

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  3. Construir quem somos sem medo de fazer escolhas e ser maduro para viver com as consequências... Isso sim é independência.

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