inspiração,
O recomeço não é bonito como deveria ser
Tenho vinte e poucos anos, quase na temível casa dos 30, sou formado, mas a característica que mais venha a calhar para falar: falido. Isso mesmo que você leu, falido. Você possivelmente tenha se identificado com algo dessa minha breve descrição. Muito provavelmente pela última característica.
Alguns meses de volta por aqui após passar uma temporada fora do país, vivo os dias passando a procurar o recomeço. Desempregado e um pouco perdido, vez ou outra sem perceber, acabo me encontrando com um cigarro na mão, mesmo não tendo o hábito de fumar como um vício e um copo com conteúdo etílico, isso mesmo sem ter ao menos um tostão no bolso. Esses itens fazem companhia para o desânimo que insiste em me perseguir. E apesar da proposta tentadora de me render a ociosidade, no fundo ambos sabemos que isso acaba não levando em nada, a não ser nos afundar mais.
Alguns meses de volta por aqui após passar uma temporada fora do país, vivo os dias passando a procurar o recomeço. Desempregado e um pouco perdido, vez ou outra sem perceber, acabo me encontrando com um cigarro na mão, mesmo não tendo o hábito de fumar como um vício e um copo com conteúdo etílico, isso mesmo sem ter ao menos um tostão no bolso. Esses itens fazem companhia para o desânimo que insiste em me perseguir. E apesar da proposta tentadora de me render a ociosidade, no fundo ambos sabemos que isso acaba não levando em nada, a não ser nos afundar mais.
Assim, dentre tantas dúvidas e questionamentos possíveis do que fazer da vida, busquei retornar - talvez pela décima vez - com esse projeto, já engavetado a uns 4 anos.
Nesse meio tempo, me vi começar inúmeros projetos, sendo alguns coisas que pretendo levar pra vida toda. Mas assim como me vi iniciar, me vi abandoná-los, tão rápido quanto nasceram. Nesses anos todos vi o quão árduo pode ser tentar fazer algo para nós mesmos. E consegui presenciar que o persistir é ainda pior. Ter foco e manter o negócio funcionando, esse é o verdadeiro desafio.
Nós, seres humanos, com miseráveis costumes, temos um instinto de conformismo. Temos uma corda amarrada no corpo que nos puxa pra trás quando o assunto é ter um relacionamento com o incerto, no instante em que temos que nos doar para aquilo. Somos propícios a fazer melhor um trabalho quando somos mandados por alguma autoridade. Quando é para conosco, a força de vontade parece sumir na maior parte do tempo. E como não me encontro tendo um que eu tenha que obedecer, nem sequer uma namorada que me exija atenção, continuo nas tragadas do cigarro, vendo a persistência desaparecer no ar como a fumaça que expilo pela boca.
Caminhando, ou tentando caminhar sem mesmo ter um rumo definido, é o que tenho praticado no momento. Acredito que aceitar esse fato de estar a mercê do nada, aceitar que podemos e que vamos fracassar em certos momentos, deixar apenas seus passos te levar dia após dia, é a forma de praticar a atividade do foco, tendo-o a curto prazo, com pequenos objetivos. E como sempre acreditei que a própria jornada é o nosso destino, parece facilitar o percurso. Uma citação de Churchill pode completar o que digo: “O sucesso é saltar de fracasso em fracasso sem perder o estusiasmo”.
Sinto meus pés com uma tração maior agora do que da última vez que desisti de continuar esse projeto. Farei o meu melhor e as mudanças necessárias. Tentarei com mais vontade. Se eu por acaso falhar novamente pelo caminho, pelo menos tentei e, talvez, eu tenha uma outra chance de novo em breve.
De um menino que, mesmo perdido e falido, caminha.
– Eric Ventura


Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir