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Aquele em que caí na estrada sem saber pra onde iria

quarta-feira, fevereiro 18, 2015 Unknown 3 Comentários


O ronco do motor ligando avisa que estamos prontos. O fechar da porta confirma isso. A ansiedade aumentava, assim como o sorriso no rosto. Contudo, apenas um detalhe importante: o destino da viagem fora escolhido a poucos minutos atrás sem nenhum planejamento. E assim iniciou a última loucura dos meus 28 anos e o primeiro ciclo dos 29.
Alguns dias antes da viagem, foram daqueles que você quer jogar tudo para o alto. Daquelas semanas em que você não vê a hora que ela acabe. E olha que esse fim de semana era o menos esperado por mim no ano, pois através dele é que me aproximaria mais dos temíveis 30 anos de idade. Dias assim parecem ser mais recorrentes no inferno astral. Não acredito muito nisso, mas vivenciar a tensão e correria no trabalho nos dias que antecedem o carnaval e fazer aniversário na mesma semana, não me parece coincidência.
Fora os problemas habituais, tinha o problema de última hora de não conseguir viajar com minha família, que viajaria bem no fatídico fim de semana. Você sabe que precisa viajar quando não há motivos para não ir. E foi nesse exato momento que sabia o que deveria fazer.
Nada me prendendo e nenhum compromisso a cumprir, a estrada seria minha, só minha. A mochila, encostada por um tempo, veria a luz do sol novamente. E, em poucos minutos, tudo o que precisava, estava pendurada nas costas. Com tudo pronto, só restava uma dúvida: para onde eu iria? A graça estava justamente aí, não saber. E na rodoviária, andando entre os guichês procurando por um destino, meus olhos se encontraram com um e, naquele momento, soube para onde deveria ir.
Há anos já pensava sobre como seria viajar sem saber pra onde ir. Uma viagem sem roteiro, sem saber onde ficar e o que iria ver e fazer. Sabia que não poderia morrer um dia sem ter essa sensação. E agora posso dizer: ela é ótima.
Existem viagens que começam antes mesmo de se embarcar. Algumas tem início assim que se ouve o chamado da jornada. Às vezes elas surgem quando você se sente distante e perdido, mas depois te mostram que, na realidade, você nunca esteve tão perto e na direção certa.
Do menino, que adverte: viajar sem destino, vicia.
– Eric Ventura

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